Espaço-Poesia
Oceano de Reflexões
No compasso das ondas, afundo,
O oceano, espelho líquido, profundo.
As plantas dançam, algas verdes em balé,
Enquanto o homem, perdido, segue seu revés.
O oceano conta histórias antigas,
As plantas sussurram segredos e intrigas.
Mas o homem, oh, o homem, está em crise,
Entre o ter e o ser, entre o sonho e a marquise
Nas águas salgadas refletem-se dilemas,
Enquanto a existência, um quebra-cabeça,
segue na cidade, sem esquemas,
E as plantas, silenciosas, rompem muros
e tecem futuros.
A crise social se alastra como maré,
Desigualdade, fome, desespero sem ver.
O homem se pergunta: "Quem sou eu?"
Os mares, as plantas, continuam seu liceu.
E o futuro? Ah, o futuro é incerto,
Nas mãos do homem, um livro aberto.
Seremos sábios ou insensatos?
Depende das escolhas, dos nossos atos.
Que a maré nos leve para além do agora,
Que as plantas nos ensinem a essência.
E que o homem, enfim, resgate sua existência.
No oceano de reflexões, seja flora.
Luiz Meirelles/GPt