Gestar e dar à luz: trabalhos socialmente ignorados
ADENAIDE AMORIM LIMA
Doutoranda em Filosofia pela UFSM
Mestre em Educação pela UESB
LISIANE DA SILVA ZUCHETTO
Doutoranda em Filosofia UFSM
Mestre em Direito pela UPF
Introdução
Defendemos a procriação humana como trabalho. Conforme veremos ao longo deste texto, a procriação humana, semelhante às de outras espécies de animais, sempre esteve relacionada à sobrevivência da espécie, porém, diferentemente das outras espécies de animais, a finalidade do trabalho procriativo nos humanos adquiriu novos contornos e propósitos a partir da complexificação das organizações sociais, do surgimento do Estado e da acumulação do capital.
Não entraremos na questão da maternidade (relação mãe-criança) ou maternagem
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O que está em jogo na reflexão sobre o suicídio?
João Marcos Fernandes Fagundes Neves
Bacharel em Filosofia - Claretiano
Várias áreas do conhecimento desenvolveram teses, estudos e questionamentos sobre a morte voluntária, como a sociologia, a teologia, e a psicologia. A literatura, embora em muito seja considerada ficcional, recria e transmite, através da mimese, a realidade como ela se apresenta. Ela sempre se mostrou um campo favorável a essa discussão. É certo que em todos os séculos da literatura a problemática da morte voluntária se fez presente. Muitos literatos versaram sobre essa temática; um deles foi Dostoiévski, ao narrar o suicídio de Kirilov no romance Os demônios e as motivações suicidas do protagonista homônimo do conto O sonho de um homem ridículo. No que segue, discutiremos o suicídio a partir do conto, pois ele reelabora a discussão do suicídio e desperta no leitor reflexões sobre o assunto.
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GPT-3 e a pausa na inteligência artificial: razões éticas ou negócios?
João de Fernandes Teixeira
Doutor em Filosofia - Univ. de Essex - Inglaterra
Recentemente fomos surpreendidos por um episódio inusitado na comunidade internacional de pesquisadores da inteligência artificial. Grandes nomes do mundo científico e tecnológico, além de intelectuais e pensadores assinaram um manifesto reivindicando uma pausa de seis meses no desenvolvimento da IA. É bem pouco provável que ela aconteça, mas precisamos investigar as razões pelas quais ela foi proposta.
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NÃO SEI, SÓ SEI QUE É ASSIM:
DAVID HUME E O PROBLEMA DA CAUSALIDADE
DIEGO CARMO DE SOUSA
Licenciado em Filosofia – (UESB)
Mestrando em Filosofia – (UFMG)
Introdução
Em verso bastante conhecido, Hamlet escreve para Ofélia que ela poderia duvidar de que o Sol tivesse calor, mas não do amor que ele sentia por ela. Assim, o amor que ele sentia por ela era tão certo e verdadeiro quanto o fato de que o Sol produz calor e aquece o que toca. Mas será que, de fato, podemos estar seguros de tal relação entre o Sol e o calor? Ora, direis, duvidar de tamanha obviedade? Certo perdeste o senso, diria Olavo Bilac. De fato, é comumente assente pelo senso comum de que todo efeito decorre de alguma causa.
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Agostinho e Kierkegaard: arbítrio e liberdade
Paulo Ricardo Gomides Abe
Doutorando em Filosofia - USP
Neste artigo, procuraremos analisar o conceito de livre arbítrio e liberdade em Agostinho e Kierkegaard, atentando para como chegam a uma possível mesma conclusão quanto às tendências negativas de seus conceitos. Para tanto, tomaremos o livro Livre arbítrio de Agostinho e algumas obras de Kierkegaard que abordam o assunto.
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