NA MORALIDADE RESIDE ALGO DE MÁ CONSCIÊNCIA?
JOSÉ CARLOS SILVA ROCHA COSTA
Licenciado em Filosofia – (UESB)
Mestrando em Filosofia – (UFBA)
Introdução
Quem é capaz de imaginar, caro leitor, que o fundamento da sua moralidade reside na má consciência? A história da ética tem a tendência de mascarar e até mesmo negar a existência dessa ligação entre a exigência de um gesto nobre atual cujo fundamento reside em um gesto nada nobre de um antepassado. No que segue, eu gostaria de apresentar a partir da leitura genealógica realizada por Nietzsche, os elementos fundamentais que estruturam a moral ocidental. Não se trata de reparar aspectos da ética historicamente desejada, calcada na racionalidade dos costumes e a consequente elevação destes a um fundamento moral universal como encontramos na filosofia de Kant.
Leia mais...
A verdade é uma necessidade humana?
Diego Carmo de Sousa
Licenciado em Filosofia – (UESB)
Mestrando em Filosofia – (UFMG)
Introdução
No livro Memórias da Emília, do Monteiro Lobato (1882-1948), a personagem título, questionada pela Dona Benta, que duvidava que ela soubesse o que era verdade e mentira, respondeu-lhe: “verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia” (LOBATO, 2009, p. 13).
Leia mais...
Notas sobre a ecologia política em Félix Guattari, Roger Scruton e Michael Löwy
Alan dos Santos
Doutor em Educação, Arte e História da Cultura (Mackenzie)
Docente da UNIMES e da UNOESTE
A proposta deste brevíssimo artigo é pensar o meio ambiente a partir de uma perspectiva filosófica e conceitual. Para isso, refletiremos a partir do pensamento de três filósofos contemporâneos que se detiveram ao tema: Félix Guattari, autor de As três ecologias (1990), pensador e ativista francês do final do século XX, alguém próximo dos movimentos autonomistas e o parceiro literário de Gilles Deleuze; Roger Scruton, autor de Filosofia verde: como pensar seriamente o planeta (2016), britânico, pensador identificado com a tradição conservadora; e, por fim, Michael Löwy, autor de Manifesto Ecossocialista Internacional (2014), pensador francês erradicado no Brasil, com pesquisas importantes sobre a interface entre surrealismo, profetismo e marxismo.
Leia mais...
Espaço-poesia:
A palavra como força e liberdade
Eu vivo na favela, cercado de natureza
Mas também de violência, de miséria e de tristeza
Eu vejo a polícia subindo o morro, armada até os dentes
Eles não vêm pra proteger, mas pra matar inocentes
Eu não quero essa vida, eu quero paz e liberdade
Eu quero ter oportunidade, de crescer e estudar
Eu quero ver o sol nascer, e não ouvir tiroteio
Eu quero ver as flores brotar, e não sangue no meio
Eu sei que tem muita gente boa, que luta e trabalha
Que faz da favela um lugar de arte e cultura
Que não se deixa abater, pela opressão e pela injustiça
Que tem fé e esperança, de um dia ver a mudança
Eu sou um desses guerreiros, que não desiste do sonho
Que faz do rap uma arma, contra o sistema podre
Que usa a palavra como força, pra denunciar e resistir
Que canta a verdade do povo, pra todo mundo ouvir
Meirelles
O absurdo da existência em Camus: Reflexões sobre sua peça O equívoco
Maurício Uzêda de Faria
Doutorando em Filosofia - UFBA
A revolta e o absurdo são noções centrais na filosofia de Camus. Além de estarem presentes, como núcleos principais, em O homem revoltado e O mito de Sísifo, respectivamente, os referidos temas perpassam também suas obras literárias, como O estrangeiro, A peste, O equívoco, etc. A relação entre as duas noções é exposta nas primeiras páginas de O homem revoltado, em que Camus relaciona o problema do suicídio e do absurdo, como aparece em O mito de Sísifo, ao do homicídio e da revolta, em O homem revoltado (CAMUS, 1999, p.15). Embora neste último ensaio Camus trate principalmente do assassinato como ação política, em outros momentos podemos ver como este problema – do “direito” de matar, ou do crime travestido de inocência – aparece fora da esfera política.
Leia mais...