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As raízes histórico-filosóficas da alegoria 

 

Julio Cesar Moreira

Mestrando em Filosofia pela PUC-SP

Este artigo é a primeira parte de um estudo tem por objetivo realizar um levantamento no estudo do tema da interpretação alegórica nas doutrinas da escola Neoplatônica. Ao estudarmos o Neoplatonismo é claramente apreensível o quão fundamental e intrínseco ao pensamento Neoplatônico é o componente da exegese alegórica, porém este tema não se tem a devida atenção no meio acadêmico.

 

Não há provavelmente nada que caracterize tão claramente a distância entre Platão e os Neoplatonistas do que o contraste entre a reiterada rejeição, nos diálogos de Platão, da autoria poética, e o insistente apelo da autoridade - poética, oracular, ou filosófica - em autores como Proclo. (Lamberton, 2000, p.76)

Aqui, buscaremos fazer uma análise a fim de explicitar a importância da interpretação alegórica vista sob a ótica Neoplatônica. Porém, antes disso, nos parece fundamental, num primeiro momento, fazermos um apanhado histórico no que se refere a alegoría na tradição filosófica-platônica, tradição esta herdada e honrada pela escola Neoplatônica. Este será, então, o escopo deste primeiro artigo, estruturar o encadeamento que resultou na incorporação de  tamanha importância deste tema para os pensadores da escola Neoplatônica, o que abrirá caminhos para que, num segundo momento, possamos nos aprofundar na ótica Neoplatônica de tal assunto.

 

Contexto Histórico

 

A história da alegoría é complexa, constituída de muitos personagens com diferentes papéis e opiniões, mas ao buscarmos um início nos deparamos com Homero e Hesíodo, canonizados anteriormente ao nascimento da filosofia como “educadores da Grécia”, suas obras são tidas como originadoras da interpretação alegórica.  A primeira atribuição de um escrito exegético alegórico de Homero se deu à Teágenes de Regio, supostamente contemporâneo do rei persa Cambises (530-522 a.C.)[1]. O Neoplatonista Porfírio nos deixou um exemplo do método empregado por Teágenes de Regio:

A doutrina de Homero sobre os deuses usualmente tende a ser inútil e imprópia, pois os mitos que ele relata sobre os deuses são ofensivos. Opondo-se a esta classe de acusação, alguns invocam o modo de expressão; consideram que tudo foi dito de um modo alegórico e se relaciona com a natureza dos elementos, como é o caso da passagem em  que os deuses se opõe entre sí. Assim, segundo eles, o seco se opõe ao úmido, o quente ao frío, e o leve ao pesado. Desse mesmo modo, a água extingue o fogo, enquanto que o fogo evapora a água; de maneira similar, há uma oposição entre todos os elementos que constituem o universo; estes podem sofrer uma destruíção parcial, mas mantém-se eternamente como um todo. Ao dispor estas batalhas, Homero dá ao fogo os nomes de Apolo, Helios ou Hefaistos; a água a chama Poseidón ou Escamandro; a lua, Ártemis; Hera ao ar; e assim sucessivamente. Do mesmo modo, algumas vezes assinala nomes as aptidões, o nome Atena é dado a sabedoría/inteligência, Ares a loucura, Afrodite ao desejo, Hermes ao discurso, tudo segundo aquele com o que cada um está associado. Esta classe de defesa é muito antiga e se remete a Teágenes de Regio, quem foi o primeiro a escrever sobre Homero. (PORFÍRIO, 1880 apud NADAFF, 2007, p.55-56)

No perído dos pré-socráticos nos encontramos em meio aos primórdios de uma transformação na cultura do pensamento grego, e nesse contexto mito e filosofia encontravam- se ainda em uma relação bem próxima, e muitas das vezes profundamente interligadas. Como evidenciado por Nadaff (2007), todos os pré-socráticos, incluindo Parmenides, Anaxágoras, Empédocles e Demócrito, empregaram ou se utilizaram da alegoría em vários graus e por várias razões. Já, em Platão, nos deparamos com uma ruptura entre esses dois conceitos, a distinção entre mito e filosofia atinge o seu clímax em suas mãos, mas para que possamos nos aprofundar melhor em tal assunto é necessário definirmos os dois termos.

Não existe uma definição universalmente aceita para a palavra mythos;  “relato” é uma tradução comumente aceita, porém tendo como sentido uma mensagem que um grupo social considera tendo sida recebida de seus ancestrais e que se transmite oralmente de geração para geração.

Em Platão, o termo filosofia toma o sentido de uma aspiração a uma sabedoria (sophia) que transcende a razão humana, e que tem como propósito último a contemplação de um domínio particular, o mundo inteligível das formas, do qual o mundo das coisas sensíveis são apenas um simulacro. Assim, como Sócrates explica no  seu diálogo Fedro, o conhecimento que o filósofo aspira não é “o conhecimento sujeito ao vir-a-ser, nem aquele que varia com os vários objetos que tomamos por real no presente, mas o conhecimento que é verdadeiramente ser” (Fedro 247d-e). Uma vez que as coisas sensíveis são apenas imagens das formas inteligíveis outra equivalência  se apresenta, a do ser e vir a ser, e com isso a inferioridade do status que Platão atribui aos poetas, e na verdade aos imitadores em geral, que são tidos como feitores de imagens das imagens[2].

Brisson (2004) enumera dois defeitos que o mito apresenta segundo Platão, a saber:

É um discurso que não se pode verificar e que pode, frequentemente, ser assimilado com falso. E é uma narrativa cujos elementos estão condicionalmente conectados, diferente de um discurso argumentativo em que se manifesta a necessidade de uma organização interna (Brisson, 2004, p.26)

Platão mesmo assim não renuncia aos mitos tradicionais, fazendo diversas alusões a eles em suas obras, adaptando-os e até mesmo criando novos quando acha necessário. Tal postura, de acordo com Brisson (2004), se dá por duas razões. De um lado, Platão pode falar apenas de certos assuntos específicos em termos míticos. Estes pertencendo a tudo que se relaciona a alma e com o passado distante, que consequentemente permacem inacessíveis tanto aos sentidos quanto ao intelecto. De outro lado, ele reconhece a eficácia do mito no campo da ética e da política para a maioria dos indivíduos que não são filósofos e em cuja alma a parte de impulsos dos desejos (epithumia) prevalece[3].

O mito tem o papel de paradigma, com o qual, por meio da persuasão ao invés da educação, todos aqueles que não são filósofos, ou seja, a maioria dos seres humanos são conduzidos a agir segundo o modelo. Ainda assim a necessidade de recorrer ao mito, bem como sua utilidade, não pode ser resultado de uma interpretação alegórica, idéia expressamente refutada por Platão na Republica[4] e no Fedro[5], no primeiro o motivo é a incapacidade das crianças de distinguir entre uma leitura alegórica ou literar, sendo este o público para o qual os mitos são prioritariamente dirigidos, e no segundo o motivo é a enorne abrangência da tarefa.

Esta posição radical assumida por Platão não foi seguida por nenhum de seus sucessores, começando por Aristóteles como veremos a seguir.

A atitude de Aristóteles em relação a alegoría segue em paralelo ao seu interesse na tragédia. Ele teve um grande interesse na alegoría, praticando-a inclusive. Em uma passagem da Metafísica encontramos uma clara elaboração dos postulados sob os quais sua pratica se baseava:

Nossos antepassados nas mais remotas eras legaram até nós, sua posteridade, uma tradição na forma de mito, que estas primeiras substancias são deuses e que o divino engloba toda a natureza. O resto da tradição foi adicionada posteriormente na forma mítica com o propósito de persuasão das multidões e para sua legal e proveitosa conveniência; os deuses, dizem eles, tem as formas dos homens ou como alguns dos outros animais, e dizem outras coisas em consequência disso e semelhante ao que mencionamos. Mas se fomos separar o primeiro ponto dessas adições e tomarmos sozinho que eles pensavam as primeiras substâncias como deuses, devemos considerar tal expressão como verdadeiramente inspirada, e refletir que, enquanto provavelmente cada arte e ciência repetidamente foram desenvolvidas ao seu máximo até que cada uma se perdesse, tais opiniões são, por assim dizer, relíquias da sabedoria antiga preservadas até o presente. É é somente com estas reservas que aceitamos a tradição de nossos pais e nossos predecessores. (ARISTÓTELES, Metafísica Λ8. 1074bi-14.)

Nessa passagem temos uma ousada afirmação. Sob essa perspectiva a  metafísica constitui a essência da mitologia grega, e esse conhecimento estaria atrelado a um distante passado. Para essa afirmação Aristóteles baseia-se em sua noção de que a raça humana teve ciclos repetidos de desenvolvimentos e destruições, mas no entanto, sempre houveram sobreviventes para que o conhecimento sobre os deuses prosseguisse, sendo conduzidos em forma de mito desde o início dos tempos até o seu momento. 

Como dissemos, Aristóteles também foi um praticante da alegoría, um exemplo dessa prática pode ser encontrada na sua obra Do Movimento dos Animais (699b35ff.), onde, utilizando sua própria noção de Motor Imóvel, ele conduz uma interpretação alegórica da cena do livro VIII da Ilíada (20-22) em que Zeus demonstra seu formidável poder suspendendo todos os outros deuses, bem como todo o universo, por uma corrente de ouro. Na sua obra Política encontramos outro exemplo,  ao incitar  as formas de governo favoraveis a função do guerreiro, Aristoteles vê no amor de Afrodite e Ares cantado no livro VIII da Odisséia(266ff.), a prova de que guerreiros são inclinados ao amor. Em outra passagem, Aristóteles propõe o que ele pensa ser a correta interpretação do mito de Atena que após ter inventado a flauta a rejeita.

Nas mãos de Aristóteles a figura do poeta toma um novo status, uma vez que ele possui os mais profundos conhecimentos sobre o universo.

O pensamento Estóico foi um dos mais influentes filósofos do período helenístico pré-romano, e dele se tornaram notórias as suas interpretações alegóricas de Homero e  Hesíodo. Os Estóicos viam Homero e Hesíodo como possuidores do mesmo entendimento descrito na filosofia estóica. O estudo etimológico em particular permitiu aos Estóicos aderirem os deuses tradicionais ao seu sistema filosófico, associando-os aos elementos e as forças naturais, ou ainda, as manifestação da razão divina dessas entidades.

De acordo com a doutrina Estóica, o universo é um ser vivo, constituído de razão, e ordenador de todas as coisas de acordo com os melhores propósitos. Esta inteligência universal, mesmo enquanto animadora de todo o universo e circulante em todas as suas partes, torna-se auto-consciente e concentrada numa figura divina chamada Zeus, Júpiter, ou simplesmente Deus. E uma vez que este Deus é manifestado numa multidão de diferentes aspectos, notadamente a do fogo, pode-se dar a ele tantos nomes quanto formas ele assuma. (Brisson, 2004,  p. 45)

Brisson (2004) sumariza a doutrina estóica em relação à mitologia da seguinte forma[6]:

1-             A interpretação alegórica lida com a natureza dos deuses, sendo assim sua existência é uma premissa;

2-             Somente um estudo cuidadoso dos nomes divinos tornam possível a apreensão da natureza do deus que o possui;

3-             Uma descrição rigorosa de sua natureza funda a mitologia no sistema estóico, e por isso um Estóico vê facilmente os deuses, não como elementos ou forças naturais, mas como manifestações da razão divina em seus elementos e forças naturais.

 

A transformação no estudo da filosofia

 

No início do primeiro século, após a vitória romana de 87d.C.,  Sila fechou as quatro escolas filosóficas de Atenas (Platônica, Aristotélica, Epicurista e Estóica), e com isso se deu uma radical transformação no método de estudo e apredizagem da filosofia. “Houve uma mudança de falar para ler, de discutir os problemas juntos para examinar como os fundadores abordavam os problemas.” (Nadaff, 2007, p.66 )

Não mais se refletia diretamente sobre os problemas em si mas em como eles foram abordados por Aristóteles e Platão, por exemplo. Dessa forma, ao se buscar o correto sentido de noções ambíguas nos textos, surgiu uma forte influência pitagórica, um fator decisivo na história do Platonismo. A abordagem aos textos tornou-se fundamentalmente exegética, cursos filosóficos tornaram-se primariamente comentários sobre os textos, e a influência pitagórica do aspecto secreto sobrepôs-se aos textos platônicos.

Na tradição pitagórica o segredo é transmitido oralmente através de sumbola ou ainigmata  isto é, símbolos ou enigmas, ou mais precisamente mensagens, que podem ser interpredas en dois níveis: um para o iniciado e outro para o não-iniciado. (Nadaff, 2007, p.66)

Os Pitagóricos eram também chamadaos de  ainigmata, isto é,“enigmas”. Por definição, um enigma é um element do discurso ou declaração gerando uma ambiguidade ou sentido obscuro na forma de uma descrição ou definição, e cujo sentido deve ser descoberto. (Brisson, 2004, p.58)

 Por definição um enigma é um elemento do discurso ou uma afirmação que possui um significado ambíguo ou obscuro na forma de uma descrição ou uma definição, e cujo sentido tem de ser descoberto. Com isso expressar-se através de enigmas implica a formulação de uma  profunda doutrina numa linguagem imcompreensível ao não-iniciado.

A interpretação de mitos passaram por evolução uma semelhante. Uma mudança determinante ocorre, claramente expressa na novidade que se tem no termo técnico designado a interpretação de mitos. Até então hyponoia era o termo utilizado para designar a interpretação de mitos[7]. Este termo deixa de ser utilizado a partir do séc I d.C. dando espaço ao novo termo, allegoria, uma evolução registrada por Plutarco:

Alguns comentadores forçosamente distorcem estas histórias pelo que eles normalmente era chamado de “significados mais profundos” (tais palai men hyponoiais), mas são chamados hoje em dia de “interpretações alegóricas” (allegoriais de nun legomenais) (Plutarco, 1927 apud Brisson, 2004, p.58)

A partir deste marco histórico mito e filosofia estabelecem uma íntima relação entre si e também junto aos mistérios. Sob essa perspectiva, filosofia, profecia, mistérios e poesia expressam uma mesma verdadade oriunda diretamente dos deuses. E justamente por ser transmitida diretamente dos deuses que esta verdade era codificada por poetas como Homero e Hesiodo, e filósofos como Platão e Pitágoras, a fim de evitar a ampla divulgação e mantê-la exclusiva a um pequeno numero de seres humanos capazes de pensar como deuses.

Filo de Alexandria (fl. 40d.C.), famoso filósofo judeu, em suas abordagens alegóricas iniciou a identificação dos mitos aos misterios. Em sua abordagem os poetas não eram mais precursores do Estoicismo, mas teólogos genuínos, que tinham reservado a revelação da verdade garantindo-a a um pequeno grupo de iniciados, que somente eles poderiam entender a verdadeira mensagem dos textos, seu significado oculto. Filo percebe essas ciências como subordinadas a filosofia, mas uma vez que a filosofia deve ser considerada subordinada a sabedoria, ou seja, a palavra de Deus conforme revelada por Moisés, então filosofia torna-se subordinada a teologia (HADOT, 2002, p.255-256).

O filósofo e biógrafo Plutarco de Queroneia (fl. 100d.C.), seguiu um caminho semelhante, mas acreditava que sua abordagem pudesse ser aplicada a todos os mitos sendo eles gregos ou não. De fato, ele presumiu que sendo o conhecimento “secreto”, uma característica tanto da filosofia quanto da religião, e sendo o Egito o “berço da civilização” e o local onde tal conhecimento secreto propagou-se, os sábios gregos, incluindo Homero, Hesiodo, Platão e Pitágoras, devem necessariamente ter visitado o Egito e convivido com os sacerdotes que por sua vez os iniciaram aos mais profundos segredos (a interpretação de mitos).

Para Plutarco mitos e ritos devem ser encarados como simbolos ou enigmas. “Ele pode então ser considerado como representando uma transição entre o tipo estóico e o tipo Neoplatônico de alegoría”. (Brisson, 2004, p.64)

Para se ter uma iniciação a esta sabedoria enigmatica,  a razão filosódica deve de ser aplicada como uma mistagogia. Todas as iniciações envolvem a morte de uma antiga vida para o renascimento em uma nova. Para Plutarco essa verdade se aplica a filosofia, que envolve, num certo sentido, uma morte no reino das opiniões para que, graças a razão, haja um renascimento no reino imaterial. “Deste ponto de vista, iniciação e filosofia nos permite transcender as aparencias e alcançar a verdadeira realidade relatada pelos mitos”. (Brisson, 2004, p.70)

Numênio, por volta de 150 AD, um influente personagem Neopitagórico, não limita suas teorias à Grécia e parece ter sido o primeiro a expressar a idéia de que uma única, absoluta e imutável verdade foi revelada  e então transmitida na Grécia por vários personagens (entre eles Homero, Pitagoras e Platão), e em outros lugares como o Egito, Persia e entre os Judeus. “Ele estabeleceu conexões entre as doutrinas de Platão e Pitágoras, e também entre as sabedorias Judaicas, Persas, Indianas e Egípcias” (Brisson, 2004, p.74). Esta foi uma passagem de fundamental importância para história da filosofia, e principalmente para a doutrina Neoplatônica, mas que é normalmente ignorada.

Acredito que neste ponto chegamos ao fim dessa primeira etapa de forma bem sucedida. Nesse breve levantamento histórico pudemos recolher uma razoável bagagem, que nos permitirá um aprofundamento bem estruturado, para a continuidade desse estudo, que, no próximo artigo, visará a escola Neoplatônica e a importância da alegoria. Importância esta que se deu numa via de duas mãos, pois veremos que foi de tamanha relevância tanto a contribuição desta Escola para a alegoría quanto a influência da alegoría para o pensamento do Neoplatonismo.

 

REFERÊNCIAs BIBLIOGRAFIcAs

 

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Brisson, Luc. How Philosophers Saved Myths: Allegorical Interpretation and Classical Mythology. Allegorical Interpretation and Classical Mythology. Tradução de Catherine Tihanyi. Chicago: University of Chicago Press. 2004.

Davidson, Donald. Inquiries into Truth and Interpretation. Oxford: Oxford University Press. 1984.

Dillon, John. Image, Symbol, and Analogy: Three Basic Concepts of Neoplatonic Allegorical Exegesis. The Significance of Neoplatonism. Ed. R. Baine Harris. Norfolk, Va.: Old Dominion University. 1976.p.247-62.

Guthrie, Kenneth Sylvan. Proclus' Biography, Hymns and Works:  Master Key Edition.  New York: Platonist Press. 1925.

HOMERO. Odisseia. Trad. Carlos Alberto Nunes; rev. Marcus Rei Pinheiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997.

Hadot, Pierre, What is Ancient Philosophy?, Trad. de Michael Chase, Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 2002

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Lamberton, Robert. Homer the Theologian: Neoplatonist Allegorical Reading and the Growth of the Epic Tradition. Berkeley, Los Angeles: University of California Press, 1986.

__________.  Language, Text, and Truth in Ancient Polytheist

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_______. Complete Works. Editado por J. M. Cooper. Indianapolis: Hackett, 1997.

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_______.  Platonic Theology. Trad. de Taylor, T. (Great works of philosophy series), Kew Gardens (N.Y.): Selene Books. 1995:1816.

Vernant, Jean Pierre. As Origens do Pensamento Grego. Trad. Ísis Borges B. da Fonseca. Rio de Janeiro: Difel. 2002



[1] Cf. Nadaff, 2007, p.56.

[2] PLATÃO, A República, 600e.

[3] Brisson, 2004, p.26.

[4] PLATÃO, A República, 378d3-e3.

[5] PLATÃO, Fedro, 229b4-230ª6

[6] Brisson, 2004, p.46

[7] Brisson, 2004, p.32