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UMA CRÍTICA À METANARRATIVA DA DIVERSIDADE

 

 

WALTER MARCOS KNAESEL BIRKNER

Sociólogo, professor da Uniasselvi

 

            A crítica é o sal da vida, dizia certo filósofo e é exatamente o nosso propósito aqui. Uma parte importante, às vezes essencial, da nossa compreensão sobre as coisas depende da leitura crítica sobre o que aprendemos a respeito dessas coisas. Assim é também em relação à diversidade e à inclusão, na medida em que a compreensão destes temas contemporâneos pode ser amplificada. Dessa maneira, os textos mais apologéticos sobre eles necessitam ser confrontados com a crítica à sua forma de apropriação intelectual e de engajamento ético e moral.

            Ao largo de outros que se somam, o valor civilizatório desses temas é indiscutível e nem é de hoje. Entretanto, o voluntarismo na sua defesa gera um determinismo moral indutor de distorções. A empatia pelas minorias e excluídos nas ciências humanas é compreensível, mas costuma sobrepor juízos de valor ao rigor científico. Ao fazê-lo, generaliza a explicação, ignora uma parte da realidade e todo o processo histórico, além de jogar uns contra os outros e o indivíduo contra a Sociedade. Então, a percepção da cooperação já não é possível e restará a relação atomizada entre o Leviatã e o indivíduo.

            O engajamento ético e moral não apenas é legítimo como também civilizatório, independentemente dos exageros emocionais, da vitimização generalizada ou da culpabilização da Sociedade. Também é compreensível que a moderação nem mesmo seja, muitas das vezes, eficiente no palco das disputas políticas, nas lutas pelos direitos. Muitas vezes, é preciso berrar. Nesse sentido, algumas formas de atuação política, pelos movimentos sociais, pela imprensa, nos plenários dos legislativos, na propaganda e no debate eleitoral, entre outras formas, costumam passar do ponto. É preciso ganhar no grito.

            Se isso é normal e gera eficácia no campo da política, na Educação, os resultados são mais questionáveis. Na seara da política, várias interpretações são confrontadas, relativizadas, até gerar a síntese da norma constitucional, legal e ou da política pública. Essa disputa diversificada não se vê nos conteúdos bibliográficos e curriculares universitários e escolares, onde o engajamento ético costuma se impor de modo homogêneo, assumindo ares de explicação universalista. É quando a parte vira o todo e uma matriz dominante dá o tom exclusivo às explicações, às vezes sofisticadas, mas sempre questionáveis e não raro irritantes.

            Ao denunciar o racismo, o preconceito cultural, a homofobia e o machismo, o engajamento ético trata a parte como sendo o todo e despreza a escala que distingue a tolerância da intransigência. Considera falsa toda afirmação de convivência pacífica entre a Sociedade e os grupos identitários. Mesmo quando não explicita, sugere que a Sociedade como um todo é estruturalmente racista, machista e excludente. Isso é que significa generalizar uma explicação, negando que parcela importante da Sociedade, talvez mesmo a maioria, não se encaixa nessas meta-narrativas homogeneizantes.

            É claro que a defesa à diversidade e à inclusão tem um componente moral, aliás, expõe um conflito moral entre resistências reacionárias e ímpetos progressistas. No meio disso ainda há o conservadorismo por si só moderado e nada é mais característico do curso da história. E isso revela o caráter ético do processo, isto é, a proposição de uma escolha entre preceitos morais. Por ser uma opção ética, deveria compreender uma questão estética. Em outras palavras, a diversidade e a inclusão precisam ultrapassar a justificação moral para serem compreendidas como parte da beleza evolutiva da Civilização. Não é uma questão entre o bem e o mal, mas de evolução civilizadora oriunda do liberalismo clássico.

            Parte integrante do processo histórico, a beleza da evolução está dialeticamente na confrontação entre a tradição e a novidade. É como os passos do carangueijo, dois pra frente, um pra trás. A tradição é o cimento da história e o ponto de partida para a novidade e não é sempre que a novidade é um salto qualitativo e o que parece evolução pode ser um sinal de decadência civilizatória. Não é o caso da luta em favor da múltipla diversidade, ao contrário, reafirme-se: faz parte da beleza da evolução, resultado do conflito entre a tradição e o ímpeto revolucionário, fabricada no longo tempo, como todas as coisas que vem pra ficar.

            A legitimidade da norma que vem pra ficar reside justamente no filtro conservador da tradição. Nesse processo de decantação no longo tempo, nem tudo passa. E, ainda que materializadas aqui e ali na forma de lei, de política, de método ou do que quer que signifique uma novidade, nem todas as experiências são bem-sucedidas. Particularmente, na educação isso já aconteceu várias vezes e as críticas conservadoras trataram de recolocar as coisas no lugar, tal qual a autoridade hierárquica de um pai sobre um filho. É porque, ao contrário de certo progressismo na educação, os dois jamais serão amigos. A amizade é uma relação entre iguais e pais e filhos diferem como a tradição e a novidade. No longo tempo, a primeira tem a função de filtro e a segunda é o resultado depurado. 

            O respeito à diversidade tem origem nas ideias liberais de antigos conservadores. Mas, por um duplo preconceito contra o conservadorismo e o liberalismo clássico, as meta-narrativas homogeneizantes desprezam o processo histórico, marcado pela progressiva afirmação do Estado de direitos. Na Sociologia crítica, instituições tradicionais, sejam formais (leis) ou informais (costumes), são frequentemente identificadas com a dominação opressora e com a repressão sobre os corpos e as minorias. Em geral, inexiste o reconhecimento de um processo evolutivo das leis e dos valores, tão somente a opressão. E como são identificados os opressores? Como heterossexuais ocidentais.

            A despeito da denúncia contra os malefícios dos opressores, o curso civilizatório tem sido o palco permanente de debates, resistências e avanços que geraram as instituições contemporâneas do Estado liberal-democrático de bem-estar social e de direitos. É nas nações ocidentais que as políticas de inclusão têm avançado, por meio de instituições tão democraticamente sofisticadas que garantem a todos, inclusive, o direito de insultá-las. E, conquanto a história seja marcada por sofrimento e privações, é no Ocidente que os valores da igualdade e da liberdade mais avançaram até hoje. 

            É pelo menos desde as preocupações dos filósofos liberais do século XVIII, como Charles de Montesquieu, Edmund Burke, John Stuart Mill e Adam Smith, que temas como os direitos das mulheres, das minorias e o combate à escravidão são discutidos. Muitas vezes a luta pela vida foi sangrenta, é verdade, mas, fundamento das instituições democráticas atuais, deve-se ao liberalismo clássico e ao conservadorismo boa parte do aperfeiçoamento das instituições. Todavia, reconhece-lo esbarra em preconceitos que mal se escondem abaixo da epiderme dessas narrativas de crítica permanente ao caráter “opressor” e “alienante” das instituições ocidentais.

            Predomina, de fundo, um pressuposto “luminar”  a tais narrativas: a conjectura do dominante-dominado, opressor-oprimido, verdugo-vítima. Não importa o sentenciador, se é o velho e saudoso Marx, se Foucault ou se vem da Escola de Frankfurt. É a partir dessa postulação que a maioria das narrativas da Sociologia contemporânea se delimita, influenciando a Educação, tornando as análises enfadonhas e as conclusões previsíveis e paradoxalmente preconceituosas. Aprisionados na teia ideológica da conflagração social permanente, seus replicantes retroalimentam, acriticamente, o igualitarismo utópico e insinuam que os valores do homem comum expressam ignorância e alienação.

            Bem no fim, a retórica da conflagração permanente e do ataque ao Ocidente é, essencialmente, paradoxal e cumpre uma função histórica esquizofrênica e potencialmente fatal. Ao reinvestirem, sistematicamente, nessa retórica, o fazem em repulsa à própria e única Sociedade realmente diversa e possível no cotidiano do mundo concreto. Isso é curioso, sim, porque, bem ou mal, nunca houve no tempo ou no espaço uma civilização como o Ocidente. Em outras palavras, a humanidade jamais desfrutou de tanta liberdade e direitos quanto no Ocidente contemporâneo. E com um acréscimo: a ampla liberdade de seus indivíduos apedrejarem as próprias instituições que lhes garantem tal liberdade.

            E a perigosa inconsequência disso nos remete à maior regularidade encontrada na filosofia da história. Podemos encontra-la nas teses do historiador inglês Arnold Toynbee e do historiador alemão Oswald Spengler, esquecidos teóricos da decadência do Ocidente: o papel do inimigo interno, isto é, dos eternos insatisfeitos que corroem a civilização por dentro, encantados com “o canto da sereia” do inimigo externo. Entenda-se como se queira, mas a aptidão dos jovens mimados é reclamar da vida e, pseudo-politizados, exigirem “outro mundo possível”.

            Nessa perspectiva, toda convivência interracial pacífica é mentirosa, todo crescimento econômico aumenta a desigualdade, todo empreendedorismo é sinônimo de ganância e toda meritocracia encobre a injustiça. Além disso, individualismo significa egoísmo e todo o crime individual é causado socialmente, porque, afinal, o homem nasce bom e a sociedade o corrompe.Essa é a ótica antiliberal e anticonservadora, em que o indivíduo é vítima, a Sociedade culpada e a responsabilidade fulanizada. Na sociologia brasileira, cabe como luva. E, ao retirar do indivíduo a responsabilidade sobre seus atos e vitimizá-lo sistematicamente, retira-se dele o que ele tem de mais humano: a autodeterminação, cuja abdução o desumaniza. Não parece óbvio?

Atualmente, as formas de desigualdade têm sido causalmente vinculadas aos próprios fundamentos da civilização ocidental. Tudo estaria originalmente vinculado à propriedade privada, à economia de livre mercado e às formas de opressão cultural e institucional do Ocidente. Não se sabe ao certo no que isso vai resultar, mas o mal-estar da Civilização Ocidental sobrevive como um subproduto da Sociologia, não sem render um bom prestígio a muitos autores, pesquisadores e seus séquitos. Só que ninguém entre eles explica as estranhas associações entre o grande capital e as pautas identitárias e ambientais.

Esse é um ponto interessante: sim, porque se olharmos para o Fórum de Davos, o lema da edição de 2023 foi “cooperação em um mundo fragmentado”. O evento reúne agentes governamentais, CEOs de empresas, representantes da sociedade civil, de grandes meios de comunicação e líderes juvenis de todos os continentes. O anunciado objetivo é cooperação mútua no enfrentamento de desafios globais. Entre esses desafios estão a luta contra o racismo e a favor da igualdade racial e de gênero, além das preocupações com o meio ambiente. Ora, pode haver alguma pauta mais “progressista” do que essa dos mais ricos?

Aparentemente, existe aí um misto de cinismo e cooperação, além de um evidente paradoxo. O cinismo é oriundo dos abastados agentes econômicos mundiais que procuram associar suas imagens às atuais causas defendidas pela esquerda com o intuito de proteção e simpatia. A cooperação está explicitada e confere um aspecto de culpa dos mais ricos pelos danos causados ao meio ambiente e os que ainda causarão no mundo do trabalho, com a extinção de empregos decorrente da inteligência artificial – IA. E o óbvio paradoxo é que os interesses explicitados por todos não expõe a conflagração, ao contrário, sugerem a convergência interclasses.

Um tema como esses deveria estar no centro do debate da sociologia brasileira atualmente. É no mínimo curioso que as demandas de ativistas das atuais justas causas coincidam com as preocupações e o ativismo dos mais ricos. E, conquanto as relações de produção tenham historicamente gerado interesses antagônicos, é preciso admitir que as relações de consumo tenham aproximado polos “opostos”. Ora, se a tradição da sociologia crítica sempre foi apontar as contradições da sociedade, então o paradoxo não deve passar batido. Primeiramente, é importante reconhece-lo e, em segundo, lugar, também admitir que o destino do planeta dependerá da capacidade da cooperação interclasses.     

            Autores e conteudistas da Educação, o que os replicantes da conflagração permanente parecem não perceber é que a dimensão cooperativa e real da Sociedade se perde de vista nas interpretações da sociologia. Expurga-se a possibilidade de que jovens leitores e alunos do sistema educacional percebam que, para além dos conflitos e das injustiças, a Sociedade em que vivem lhes proporcionou uma vida melhor que a dos pais. E que, para além da consciência democrática sobre os direitos, eles precisam ter uma predisposição empática aos deveres republicanos. São os fenômenos baseados na cooperação e no interesse pela coisa pública, que vão além da premissa do “meu corpo, minhas regras”, que o Estado de direito lhes assegura.

            Seria um erro ignorar que os interesses dos barões globais se tornaram altruístas por financiarem causas sociais e organizações sem fins lucrativos. Nem se trata de ocultar a visão do conflito social, ainda que ele pareça e de fato esteja bastante diluído. Mas as relações convergentes entre o progressismo e as grandes corporações privadas é iniludível. Está nos comerciais televisivos, nos outdoors, nas políticas empregatícias e regras internas das empresas, a começar pelas gigantes. Ali, o “altruísmo” demonstrado em favor da diversidade, do antirracismo, da igualdade de gêneros e da preservação ambiental é tão mais enfático do que nas políticas públicas de governos democráticos.

            Para se ter uma ideia dos laços cooperativos entre o progressismo e o grande capital, enquanto escritores progressistas denunciavam a opressão das instituições ocidentais, em 2016, as entidades sem fins lucrativos produziram uma receita de US$ 2,62 trilhões, o que significou mais de 5,7% do PIB dos EUA (Cf. KOTKIN, 2023). E não importa aqui se isso é bom ou ruim, embora a Sociologia devesse se debruçar sobre o assunto. Importa é que isso é real. Não elimina o conflito social, mas aproxima interesses sempre tidos como antagônicos. Mais: demonstra como a cooperação, altruísta ou interessada, faz parte do sistema social, desafiando as abordagens sociológicas que fazem o Ocidente parecer um lugar horrível.

            Por isso e apesar de tudo, vale chamar à atenção para o fato de que os processos de cooperação são fundamentais e constantes em sociedade. Esse fato social nos remete a uma educação que ensine não apenas sobre conflagração e reivindicação de direitos indiviuais, mas também sobre cooperação e deveres republicanos. A crítica é o sal da vida e o Ocidente contemporâneo a permite sem precedentes na história da humanidade. Mas é preciso reconhecer que, aos trancos e barrancos, foi com autocrítica e propósitos republicanos que o Ocidente construiu instituições politicas e econômicas que convergiram para ambientes de direitos e liberdades.

            A maior expressão política e civilizatória disso é o Estado de bem-estar social e de direitos. Ele é o resultado histórico de muitas lutas, sem sombra de dúvida, mas também o produto do aperfeiçoamento das instituições, no longo tempo. Dizer que elas representam os interesses das classes dominantes ou expressam os valores dos “colonizadores” é meia verdade e meia falácia. Uma discussão acadêmica tão afrodisíaca numa mesa de bar quanto inócua na ressaca do dia seguinte. 

            Na vida real, que é o que importa, as instituições do Ocidente viabilizaram a melhor equação possível e dinâmica às aspirações sobre igualdade e liberdade. E, com o perdão da insistência, a materialização disso é o Estado de bem-estar social e de direitos. É o melhor produto institucional do Ocidente e, diga-se, mantê-lo só é possível pela existência da “galinha dos ovos de ouro”: a economia produtiva e competiviva, tocada por empreendedores e trabalhadores dispostos ou constrangidos a financiá-lo. É esse Estado que, se precisa de críticas, requer o devido reconhecimento pela preservação dos direitos, assim como pela garantia do respeito à diversidade e compromisso perene com a inclusão.

            Inobstantemente, vale a advertência de que entre seus maiores desafios está o de auto-controle sobre seus próprios limites. Reafirme-se que o Welfare State é uma conquista civilizatória que legitima a existência de instituições liberais democráticas. Legitima a própria política e o direito, quando atuam diretamente em prol da inclusão e do respeito à diversidade. Contudo, é no ímpeto de proteção e justiça, somado ao fisiologismo e ao corporativismo, que o Estado de bem-estar e de direitos contém o gérmen do Leviatã.

            Dito de outro modo e em nome da democracia, entenda-se o seguinte: ao se acusar desproporcionalmente a Sociedade de constranger a diversidade e a inclusão, subentende-se a incapacidade política dos indivíduos  e se reivindica a intervenção do Estado. Na proteção aos direitos, por sua vez, o Estado tende a atomizar a sua relação com os indivíduos. Então, acaba a política e tudo se torna uma questão legal. A lei é internalizada pelos seus defensores que agora, dedo em riste, reprovam qualquer crítica conservadora. As circunstâncias exacerbam a condição hobbesiana e a solução deixa de ser expontaneamente política para tornar-se jurídica - esse é o Leviatã.

            Por fim, fica exposta uma notável contradição entre os defensores da diversidade. Eles se tornam intolerantes com quem pensa diferente e critica seus excessos, sobretudo a visão expandida do problema, como quem procura chifre em cabeça de cavalo. E, em nome da diversidade, estabelecem um preconceito contra quem pensa de maneira diversa. Não é trocadilho, é pura contradição. Aí, o conceito de diversidade é subvertido na forma de um discurso hegemônico e a palavra já não pode ser levada ao pé da letra.

            Diversidade e inclusão, ao largo do combate ao racismo, à homofobia e à misantropia são temas indiscutivelmente civilizatórios e não parece possível pensar no desenvolvimento de uma nação sem instituições com tal finalidade. Não do ponto de vista ocidental. Por isso mesmo, é preciso abordar esses temas com elegância, para que não caiam no desprezo do senso comum. E como se faz isso? Na sociologia, como na educação em geral, não abusando dos julgamentos de valor, não refletindo com o engajamento que põe o coração vulnerável e, às vezes, um fígado maltratado à frente do cérebro. Numa expressão: observar racionalmente e interpretar cientificamente. Seria necessário substituir a ideologização pelo rigor da ciência, algo que muitos simplesmente não entendem.

  

Referências bibliográficas

 

BOCK-COTÉ, Mathieu. O multiculturalismo como religião política. Trad. Lara Cristina Malimpensa. São Paulo: É Realizações, 2019.

 

KOTKIN, Joel. The rich are eating themselves. In: Spiked. Disponível em https://www.spiked-online.com/2023/03/16/the-rich-are-eating-themselves/. Acesso em: 16/03/2023.

 

MARTINS, José de Souza. Os sociólogos distraídos e a invasão ideológica nas ciências sociais. Entrevista com José de Souza Martins, por Patrícia Fachin. In: Instituto Humanitas Unisinos, em 24/02/2020. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/592388-os-sociologos-distraidos-e-a-invasao-ideologica-nas-ciencias-sociais-entrevista-especial-com-jose-de-souza-martins. Acesso em