Cosmopolíticas do (im)possível? Notas sobre comunicações pato-dialógicas entre o si, os outros e o mundo
Cassiana Lopes Stephan
Doutora em Filosofia – UFPR
Mestre em Filosofia – UFPR
Prólogo
O texto que lhes apresentarei é resultado de entrecruzamentos inacabados entre filosofia e literatura; entrecruzamentos motivados por uma vontade ético-política de imaginar outras formas de interação e comunicação neste mundo e para este mundo. Hoje, a questão que me move é: Cosmopolíticas do (im)possível?
Como indicação da referida problematização, que pergunta pela materialidade da noção de “mundo plural”, apresentarei algumas notas reflexivas sobre aquilo que incipientemente chamo de “comunicações pato-dialógicas” entre o si, os outros e o mundo.
Tais notas estão longe de nos oferecer uma resposta definitiva ao problema que tento enfrentar; contudo, elas nos permitem montar um cenário filosófico-literário de tipo experimental no qual gostaria que vocês, caras e caros leitores, adentrassem. Neste cenário vocês se depararão com diferentes autores e autoras, entre eles e elas: Michel Foucault, os estoicos, Judith Butler, Carlos Drumond de Andrade, Clarice Lispector e Hugo Vedovato. A princípio, pode soar estranho colocar todos esses pensadores e pensadoras para conversar. Mas, como sou eu que dirijo a presente mise-en-scène, decidi chamar ao palco aqueles que mais me modificam no intuito de caminhar com eles e elas na direção das cosmopolíticas do (im)possível. Esses pensadores e pensadoras chegarão até vocês, queridos leitores, por meio de duas personagens: Um filósofo e Um border-line.
Cena 1
As cortinas vermelhas se abrem.
Luzes amareladas se acendem.
No meio do palco, envolvido pela multidão que constitui um público desconhecido, um filósofo explana em voz alta.
Um filósofo: Meu objetivo não é o de trabalhar com conceitos pouco imaginativos que quase não farão sentido em nossas vidas cotidianas, nestas vidas que queremos transformar em nome de um mundo melhor, de uma “corresidência” que não seja devastada por “cuidados absortos” (VEDOVATO, 2018, Aforismo. Vilania, p. 56-57), os quais são pouco simpáticos, pouco comunicativos no que diz respeito às diferenças que nos circundam e nos circunstancializam neste espaço cósmico “cheio de áreas que seccionamos como bem entendemos” (VEDOVATO, 2018, Aforismo. Desmesura da Terra, p. 27). Ao percebermos que “a área para além de nossos corpos – assim seccionada, como queríamos pensá-la, [...] não se põe apartada de nós, embora costumeiramente a pensemos assim posta” (Ibidem.), damo-nos conta de que o tipo de cuidado que exercemos em relação a nós mesmos reverbera no mundo. (Sai de cena, as luzes se apagam).
Cena 2
As luzes ainda estão apagadas.
Em meio à escuridão, ouve-se a voz de Carlos Drummond de Andrade, que nos recita um trecho de seu poema O sentimento do mundo:
“Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis...” (DRUMMOND DE ANDRADE, 2009, p. 9).
(A voz sai de cena).
Cena 3
As luzes amareladas se reacendem e um filósofo, o mesmo de outrora, reaparece no centro do palco. Permanece olhando para seu público, em silêncio, por 30 segundos.
De repente explana em voz alta.
Um filósofo: Com estes versos no coração, despertamo-nos para o sentimento do mundo e sobre ele começamos a pensar, já que o pensamento que aqui se expressa é alimentado por esta emoção dispersa de pertencimento, emoção que é muito anterior a fronteiras. (Sai de cena, as luzes se apagam).
Cena 4
Luzes esverdeadas se acendem e imediatamente o público se depara com um indivíduo ambivalente no centro da cena, bem no meio do palco. É um sujeito meio humano-meio animal, ao mesmo tempo racional e sentimental. É um border-line, diriam.
O que escutamos na sequência é o pensamento de um ente que sente a presença do mundo na medida em que extrapola as bordas da razão, pendendo quase sempre à emoção.
O monólogo se inicia.
Um border-line: É verdade... Não podemos conceber modos de vida outros sem considerarmos o mundo em sua pluralidade. Constantemente ouvimos falar do conceito de “mundo plural”, mas raramente conseguimos materializá-lo para além de suas áreas seccionadas que insistem em estabelecer uma lacuna afetiva entre o si e os outros – e, aqui, por “outros” não me refiro meramente aos animais-humanos, mas também compreendo os animais não-humanos e todos aqueles que habitam as margens da Razão Universal, cuja configuração mais recente talvez seja a do cidadão de bem, “malfeitor que transgride as estipulações firmadas entre corresidentes por inaptidão para estas sutilezas” (VEDOVATO, 2018, Aforismo. Vilania, p. 57).
Que sutilezas são estas que faltam ao cidadão de bem, vilão contemporâneo de um mundo sem salvação?
Talvez o cidadão de bem, tão limitado à experiência narcísica do amor, seja justamente este que exerce um cuidado de si absorto em relação à pluralidade do mundo que o circunda, ou seja, este que exerce um cuidado de si descuidado, um cuidado de si egoísta. Nesse sentido, talvez seja possível dizer que as sutilezas que faltam ao cidadão de bem são, sobretudo, éticas: falta-lhe, pois, caráter. E tal perspectiva moralista ou moralizante sobre o homem de bem não nos remete à austeridade codificadora da moral cristã – até porque este tipo de moralidade é, de modo geral, discursivamente incorporada pelos senhores da Razão Universal de pretensão substancial. Diferentemente, a perspectiva moralista ou moralizante sobre o cidadão de bem remonta aqui à austeridade ética das filosofias greco-romanas e, mais especificamente, da ética estoica que é interpretada por Foucault a partir das noções de “cuidado de si” (epiméleia heautoû) (FOUCAULT, 2010, pp. 3-39) e de “cultura de si” (cura sui) (FOUCAULT, 2011, pp. 45-73).
O cuidado de si estoico está longe de ser absorto, ele não é desatento em relação à pluralidade do mundo, já que essa tarefa (érgon) ética envolve a co-percepção (sunaísthesis) de que somos corresidentes do mundo e de que estamos em constante interação (sumpátheia) com os outros corpos que habitam conosco esta vasta área cósmica (HIEROCLES, 2009, IV. 3-20 e VII. 40-50, p. 11 e p. 21). A simpatia é, para estoicos, um dos fatores constitutivos da sociabilização, prática que possui uma dimensão cosmo-etho-política. Conforme os estoicos, a sociabilização é bastante complexa porque envolve o exercício da co-percepção e da simpatia, mas também da familiarização (oikeíosis) e da comunicação (sun+diálogos) (Ibidem., IX.3-10, p. 25).
De acordo com a filosofia estoica, familiarizamo-nos com os outros (sem jamais nos identificarmos ou nos reconhecermos plenamente, tendo em vista que no estoicismo somos todos seres peculiarmente qualificados), quando com eles simpatizamos ou interagimos de forma comunicativa (SIMPLÍCIO, In Aristotelis libros de anima 11.217.36, in: LONG & SEDLEY, 2003, Vol. 2, p. 173). Parece, portanto, que comunicações criativas, capazes de nos transformar eticamente, são simpáticas, ao passo que experiências simpáticas ou coafetivas são necessariamente comunicativas.
Isso significa que, no estoicismo, a comunicação não é meramente discursiva ou lógica; talvez seja possível dizer que ela é páthos-dialógica, na medida em que envolve tanto a prática do discurso (logos) quanto a da partilha perceptiva do sentimento ou paixão (páthos). Ademais, a simpatia e a comunicação não se reduzem a animais-humanos, mas abarcam todos os entes que constituem o cosmos, ele próprio considerado um animal vivente no estoicismo. Como explica Diógenes Laércio, para estoicos, “o cosmos inteiro é um animal vivente” (DIÓGENES LAÉRCIO, Vitae philosophorum, 1972, VI. 139. 3).
Pois bem, faço esta breve digressão à filosofia estoica no intuito de lhes indicar que o cuidado de si e a cultura de si demandam um grande esforço simpático e comunicativo dos indivíduos relativamente à pluralidade do mundo que os circunda. Com base no estoicismo, somos capazes de entender o que significa dizer que o cuidado absorto ou a incultura do si mesmo não são suficientes para a boa vida do cosmos e no cosmos. A simpatia (sumpátheia) e a comunicação (sun+diálogos) são, com efeito, práticas que precisariam ser recontextualizadas no tempo presente. Mas, o fato é que hoje nós as relegamos ao passado e agimos como se a rememoração de tais experiências cosmo-etho-políticas nos fosse impossível. Nosso descomprometimento ético, torna-nos absortos e incultos, mantêm-nos stultus (FOUCAULT, 2010, pp. 317-321).
(Depois de um longo e profundo suspiro, a personagem continua a falar ininterruptamente).
Um border-line: O cuidado absorto ou a incultura do cidadão de bem correspondem, neste meu jogo afetivo-reflexivo, à falta de responsabilidade social, a qual se atrela a uma vida stulta, a uma existência sem comunicação criativa, sem simpatia, sem afeto, sem familiarização e sem harmonia com o mundo em sua pluralidade – ou ao menos, sem tentativa de harmonia com o mundo em sua pluralidade.
Butler mostra que Adorno estabelece uma importante diferenciação entre a ética da moralidade abstrata e a ética da responsabilidade (BUTLER, 2005, p. 133). Para Adorno, a ética da moralidade abstrata não pode ser caracterizada como uma ética da responsabilidade, pois esta não depende apenas da ação que se ajusta a uma crença pura, isto é, da ação que concorda com a crença em Deus, na Razão, no Juiz ou na Pátria. Diferentemente, a ética da responsabilidade parece incluir a reflexão do fim e da intenção, bem como o sentimento do mundo que, ao ser acolhido em nosso âmago, orienta a intervenção no tempo presente (ADORNO, 2001, p. 162).
A partir disso, talvez seja possível afirmar que o cidadão de bem, com todo o seu moralismo abstrato, não se percebe socialmente culpado, pois ele é incapaz de considerar o fim e a intenção de suas ações para além de sua ideologia religiosa e patriótica, ou melhor, encurralado pelo desatino ideológico, ele é incapaz de considerar o fim e a intenção de suas ações no mundo plural.
Em meio a abstrações morais, falta-lhe, pois, a culpa social, experiência psíquica que estaria contemporaneamente vinculada à introjeção reflexivo-afetiva do mundo plural em nosso âmago humano-animal – introjeção amparada pela prática de uma racionalidade outra, quiçá de uma racionalidade pato-dialógica que não exclui de seu escopo a força da percepção, da imaginação e da paixão, potências inativas ou inativadas por uma estrutura racional cuja pretensão substancial responde à promoção e à garantia da pureza epistêmico-moral do humano de bem.
Ora, parece que o cidadão de bem ainda é incapaz de co-perceber que a interação entre o si, os outros e o mundo é simpática e não apática, que ela é comunicativa na medida em que co-afetiva e que o afeto não se reduz à consanguinidade familiar ou às identidades humanas, puramente humanas. Em outras palavras, a incultura (má cultura) do cidadão de bem lhe impede de exercer sua cidadania para além das mórbidas fronteiras de sua ideologia narcisista, tirânica e autoritária.
Então, parece-me que submersos nesta incultura – “muito esquisita, avulsa do que se é e do que se procura” (VEDOVATO, 2018, Aforismo. Vilania, p. 56) –, não por pouca erudição, mas por pouco ou nenhum sentimento do mundo, estagnamos nossas vidas, imobilizamo-nos no eterno retorno do mesmo, noticiado por uma mídia que diariamente expõe os corpos que se amontoam em pilhas cadavéricas, os corpos ultrajados, queimados, esquartejados ao bel prazer de alguns cidadãos (de bem) que não querem deixar rastros, pois os rastros de suas violências manifestariam o fato de que o jogo pretensamente puro da Razão não passa de um mecanismo egoísta que serve a alguns poucos humanos, a alguns poucos valores humanistas...
(A personagem suspira mais uma vez, abaixa sua cabeça ambivalente e permanece assim por alguns minutos. Então, reergue sua cabeça ambivalente e volta a falar com a multidão que o circunda).
Não nos esqueçamos, como explica Foucault, que:
[...] houve um tempo no qual se sustentava os valores humanistas representados pelo nacional-socialismo e no qual os próprios stalinistas diziam que eram humanistas. Disso não se deve tirar a consequência de que tudo o que pôde reivindicar o humanismo deve ser rejeitado; mas que a temática humanista é em si mesma muito flexível, muito diversa, muito inconsistente para servir de eixo à reflexão (FOUCAULT, 2001, nº 339, p. 1392).
É justamente por este motivo, pelo fato de que a temática humanista é pouco consistente, que elenco o mundo plural, sua imagem e seu sentimento, como eixo articulador de minha atual reflexão-afetiva, a qual vislumbra o fim de nossa estagnação narcísica.
Partindo da incontestável evidência de que fazemos parte do mundo, deparamo-nos com a urgência de nos desvincularmos de certos valores morais, políticos, estéticos e epistemológicos que contemplam e iluminam alguns poucos humanos de bem.
É assim, em nome do mundo plural, que desencadeamos o exercício de uma racionalidade outra, talvez de uma racionalidade pato-dialógica, que nos permite apostar no desvanecimento do Homem “como, na orla do mar, um rosto de areia” (FOUCAULT, 2000, p.536). À medida que este Homem de razão pura e pretensamente substancial desvanece, com ele também desaparece “(...) a ideia de uma moral como obediência a um código de regras (...)” (FOUCAULT, 2001, nº 357, p.1551), a ideia de uma moral de tipo abstrata que se fundamenta e se justifica nos caprichos egóicos politicamente performados como reivindicação humanista. A essa ausência de moral “deve corresponder uma busca que concerne àquela por uma estética da existência” (Ibidem.), isto é, a busca por uma estética cosmopolítica da co-existência, ou ainda, por uma cosmo-etho-política de nós mesmos, a qual nos permite vislumbrar a imagem difusa da pluralidade do mundo e concomitantemente vivenciá-la como um profundo sentimento de lugar. O que vocês acham?
(Sem obter respostas do público, que o observa estarrecido, a personagem continua a falar).
Um border-line: Pois bem, já que ninguém quer falar, continuo a tecer aqui o fio condutor de minhas ideias e emoções.
Não posso deixar de dizer que “quando a cabeça do estado é ela mesma uma criança tirânica” (BUTLER, 2020, p. 168), a nossa co-interação com o mundo corre o risco de ser irreversivelmente precarizada pela incultura (má cultura) deste que egoisticamente representa alguns poucos humanos e alguns poucos valores humanistas (Ibidem., p. 24). Vocês sabem do que e de quem estou falando...
Então, com base nessa recente história, parece-me que a incultura está imediatamente atrelada à ausência do sentimento do mundo, à nossa falta de simpatia comunicativa, já que perdemos a espontaneidade da interação criativa com nós mesmos e com os outros.
O que quero dizer é o seguinte: já faz um tempo que nossas interações deixaram de ser simpáticas (se é que um dia foram) e, portanto, comunicativas para se tornarem apáticas e, assim, transforarem-se em um jogo vazio de interesses desinteressados. E vejam: a falta que nos torna corresidentes incultos de um mundo cada vez mais devastado por nossos interesses desinteressados também recai sobre nossos ombros, afinal, nós (ou alguns de nós) também fazemos parte das redes de poder que sustentaram e sustentam o antropomorfismo do(s) tirano(s).
A falta de tais capacidades pato-dialógicas coloca em risco a vida do mundo que cuidadosamente nos recebe em sua morada plural. Sem sentirmos em nós e por nós o mundo plural, jamais despertaremos para o aspecto ficcional das fronteiras que recortam o cosmos; isto é, sem o cultivo do sentimento do mundo, jamais compreenderemos que os limites ideológicos e regionais que delineiam as fronteiras também podem alimentar nossa submissão ao governo ou ao desgoverno dos tiranos que insistem no devaneio de que certo pedaço de mundo, bem como os seres que nele habitam, pertencem-lhes.
Assim, a mescla patológica, ou melhor, páthos-dialógica entre, por um lado, a imagem incerta de uma unidade cuja forma é paradoxalmente plural e, por outro lado, o profundo sentimento de que pertencemos a esta totalidade inacabada, torna-se cada vez mais urgente e a sua urgência é ético-política. O que vocês acham?
(Sai de cena, as luzes esverdeadas se apagam e a escuridão se reinstaura no teatro).
Cena 5
As luzes ainda estão apagadas.
Em meio à escuridão, ouve-se a voz de Clarice Lispector, que nos lê um trecho de seu romance A paixão segundo G.H.:
Eu já havia conhecido anteriormente o sentimento de lugar. Quando era criança, inesperadamente tinha a consciência de estar deitada numa cama que se achava na cidade que se achava na Terra que se achava no Mundo (LISPECTOR, 1986, p. 46).
(A voz sai de cena).
Cena 6
As luzes amareladas se reacendem e um filósofo, o mesmo de outrora, reaparece no centro do palco. Permanece olhando para seu público, em silêncio, por 30 segundos.
De repente explana em voz alta.
Um filósofo: Com estas palavras no coração, despertamo-nos para o sentimento de lugar e sobre ele começamos a pensar, já que o pensamento que aqui se expressa é alimentado pela emoção infantil que, desde o peito, expande a consciência em direção aos múltiplos feixes da diversidade cosmológica.
(Sai de cena, as luzes se apagam e as cortinas vermelhas se fecham).
(FIM)
Referências
ADORNO, Theodor. Problems of Moral Philosophy. Trad. Rodney Livingstone. California: Stanford University Press, 2000.
BUTLER, Judith. Giving an Account of Oneself. New York: Fordham University Press, 2005.
BUTLER, Judith. The force of non-violence. New York: Verso Books, 2020.
DIOGENES LAERTIUS. Live of Eminent Philosophers. Trad. R.D. Hicks. Cambridge: Harvard University Press, 1972.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Trad. Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito. Trad. Salma Tannus Muchail, Márcio Alves da Fonseca. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
FOUCAULT, Michel. Dits et Écrits II. 1976-1988. Paris: Gallimard, 2001.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 3: O cuidado de si. Trad: Maria Thereza da Costa Albuquerque. São Paulo: Graal, 2011.
HIEROCLES. Hierocles the Stoic: Elements of Ethics, Fragments and Excerpts. Ed. Ilaria Ramelli. Trad. David Konstan. Boston: Brill, 2009.
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
LONG, Alex A.; & SEDLEY, David N. The Hellenistic Philosophers: greek and latin texts with notes and bibliography. Cambridge: Cambridge University Press, 2003, [2 v.].
VEDOVATO, Hugo. Precipitações precipícias: ou d’entre as coisas – dentre outras coisas. Campinas: Editora Phi, 2018.